O 1º Encontro Nacional de Conselheiros Representantes dos Trabalhadores, promovido pelo Conselho Nacional do SESI (CN-SESI), acontece nos dias 6 e 7 de maio, em Brasília, com o objetivo de fortalecer a troca de experiências, o diálogo e o debate entre os representantes dos trabalhadores no âmbito do SESI.
Participam do evento 34 conselheiros de 23 estados brasileiros, além dos 10 conselheiros de representação nacional, que atuam junto ao CN-SESI.
O encontro busca ampliar o conhecimento sobre o SESI e suas ações em curso, promovendo o diálogo para encontrar alternativas e soluções que contribuam para uma atuação cada vez mais sinérgica e conjunta, sem deixar de considerar as especificidades de cada localidade.
Na abertura do evento, o presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, ressaltou o papel estratégico dos conselheiros estaduais na formulação e execução das políticas da instituição. Segundo ele, a iniciativa busca fortalecer a integração entre as diferentes realidades regionais e alinhar as ações com a missão institucional do Serviço Social da Indústria.
“Cada estado tem as suas demandas, tem as suas questões, tem as suas dificuldades e as suas expertises. Isso que a gente tem assistido em cada lugar que a gente tem passado. Visto toda essa diversidade, percebemos o quanto ela é rica para que a gente possa avançar na missão maior do próprio SESI”, afirmou Fausto.
O presidente explicou que a realização do encontro reflete um movimento de articulação nacional promovido pelo Conselho. “A ideia que construímos desde o início, com a possibilidade de chegar nesse seminário, é que, dentro dos grandes papéis que o Conselho Nacional tem, está a articulação das diversas iniciativas e políticas que estão acontecendo nos estados”, disse.
Fausto destacou ainda que, embora o Conselho Nacional formule diretrizes estratégicas, é nos estados que as políticas se materializam. “O que percebemos neste encontro é a nossa capacidade de enxergar o todo — a floresta. Mas são nos estados, nas reuniões dos conselhos regionais, que estão as árvores: é ali que as políticas ganham forma e são efetivamente executadas”, afirmou. Para ele, o Conselho pode desenhar propostas e construir diretrizes, mas é a atuação local, com o protagonismo dos conselheiros, que transforma essas ideias em ações concretas. “Essa conexão entre a visão estratégica nacional e a prática nos territórios é o que constrói, de fato, uma grande unidade”, disse.
Em sua fala na mesa de abertura, a conselheira Francisca Trajano (Cida), representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou a representatividade de reunir representantes de trabalhadores em nível estadual.
“Para nós, esse momento ficará marcado na história do SESI. Nós estamos na defesa da classe trabalhadora, por mais direitos e melhores condições de trabalho. Quando falamos na saúde de trabalhadores, percebemos que agora há outras formas de adoecimento, como o mental. E ele atinge, tanto homens quanto mulheres, mas principalmente as mulheres”, afirma Cida.
Para ela, o adoecimento de um trabalhador atinge a todos a sua volta. “Não só o local de trabalho, não só a produtividade da empresa, mas também as famílias e a sociedade. Então, saúde e educação, dentre tantas outras reivindicações, são muito importantes de serem debatidas”.
Altair da Silva Garcia, gerente executivo de planejamento do CN-SESI, afirmou que a programação foi pensada para proporcionar um momento de interação, tirar dúvidas e aproveitar ao máximo a troca entre conselheiros.

“A programação, ao longo desses dois dias, foi elaborada para reunir uma agenda de debates, conteúdos relevantes, oportunidades de conexão e articulação entre os conselheiros representantes dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil”.
Diálogo colaborativoAlém de marcar o 1º Encontro Nacional de Representantes dos Trabalhadores, o evento também marcou a primeira troca entre o diretor superintendente do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, com conselheiros do Conselho Nacional do SESI e conselheiros das diferentes regiões do Brasil.
Paulo Mól resgatou a origem histórica da instituição e destacou os desafios contemporâneos diante das transformações econômicas e sociais no Brasil. Segundo ele, embora o país tenha avançado desde a fundação do Serviço Social da Indústria, a missão de preparar trabalhadores para novas realidades produtivas permanece atual.
“O Brasil precisava, à época, transformar uma sociedade majoritariamente rural em uma sociedade industrial. E o SESI nasce exatamente com esse propósito: estruturar a população para o mundo urbano e industrial”, afirmou Mól, ao lembrar que o SESI foi criado em 1946 para apoiar a transição do país rumo à industrialização.
Passadas quase oito décadas, ele ressaltou que o país segue enfrentando desafios semelhantes, agora sob as exigências de um novo ciclo econômico. “O desafio continua sendo o mesmo em seu propósito central: como preparar nossas sociedades, nossos trabalhadores e nossas empresas para a economia do século XXI”, completou.
Como marco de sua primeira participação com os conselheiros, Célio das Neves, conselheiro representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT), entregou a carta de boas-vindas a Paulo Mól, e falou em nome de todos os membros do conselho.
“Estamos muito felizes em tê-lo conosco e confiamos que a sua experiência, habilidades e energia trarão contribuições valiosas não só para o SESI e seus funcionários, mas para os trabalhadores e as trabalhadoras e seus familiares, bem como o Conselho do SESI como um todo”, e afirmou que os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras do CN-SESI estão à disposição para a promoção de um espaço colaborativo e de diálogo.
O encontro também foi a primeira participação do conselheiro representante da Força Sindical, Jurandir Pedro. Para ele, o momento é de conhecer as pautas regionais e entender como o conselho pode apoiá-las. “Esse movimento foi muito produtivo, porque com o debate dentro dos grupos, vamos conseguir integrar as propostas existentes na base, para que possamos apresentar e discutir nas reuniões”.
Integração e inclusãoO primeiro dia do evento, realizado nesta terça-feira, foi marcado por momentos de trocas e debates entre os conselheiros nacionais e os regionais. Para a conselheira regional do Pará, Euci Ana Gonçalves, representante também da CUT, o momento é muito relevante para proporcionar essa troca entre os representantes dos trabalhadores.
“Esse momento de diálogo foi muito importante para termos a oportunidade de poder pautar os representantes dos conselhos com as necessidades dos trabalhadores da indústria do nosso estado, e conectar o que o nacional está fazendo e o que os outros conselhos regionais estão fazendo.”
Além de promover o conhecimento de pautas nacionais, o momento também propiciou trocas entre os regionais. Para o conselheiro regional representante da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) do estado de Sergipe, Fábio José, que já possuía contato com regionais como Piauí, Paraíba e Alagoas, poder participar desse momento com eles foi enriquecedor.
“Já tinha trabalhado em momentos com outros colegas de outros estados, em outros congressos, e revê-los hoje com uma pauta totalmente nova, abordando o conselho nacional e o regional, amplia muito o nosso aprendizado e conhecimento.”
Para Daniel Calazans, conselheiro regional de São Paulo, representante da CUT, esse primeiro encontro proporcionou uma proximidade mais direta com as pautas nacionais.
“Essa ação de hoje faz com que nosso diálogo se aproxime cada vez dos empresários e dos trabalhadores. Por exemplo, temos debatido a questão da diversidade. Precisamos ter uma meta para aumentar o número de mulheres, para aumentar o número de negros, PCDs, LGBTs e indígenas. E é esse o espaço que nós vamos propor condições que sejam boas para ambas as partes, tanto para os empresários, para os trabalhadores, como para as famílias e alunos”.
Cida Trajano reforçou a importância da representatividade e inclusão nos debates. “Esse primeiro encontro nos traz a oportunidade de conhecermos uma diversidade de pensamentos e de participação nos diversos conselhos regionais, além de afinar o nosso entendimento e perceber que podemos realizar ações em comum.”