Conselheiros do CN-SESI debatem agenda sustentável em programa de formação

Programa de aprimoramento do CN-SESI debate os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e aborda a evolução histórica do SESI

Por: Vanessa Ramos
29/08/2024 - 11:45
Conselheiros do CN-SESI debatem agenda sustentável em programa de formação
Conselheiros concluem Módulo IV da Formação | Foto: Vanessa Ramos
A capital paulista sediou, nos dias 26 e 27 de agosto, o quarto módulo do Programa de Formação em Educação e Cidadania, direcionado aos representantes de entidades sindicais da classe trabalhadora que compõem o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (CN-SESI).
 
No primeiro dia do módulo, houve uma análise aprofundada da história do SESI no contexto das transformações políticas e econômicas do Brasil, seguida de uma reflexão sobre os desafios contemporâneos, com destaque para as metas da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse contexto, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram revisitados, com ênfase nos princípios de sustentabilidade que orientam essas metas globais.
 
O presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, destacou a importância de uma agenda para o século XXI. "A construção de um Brasil sustentável, mais soberano e justo exige uma sinergia entre o desenvolvimento industrial e a garantia dos direitos dos trabalhadores, assegurando que o progresso econômico seja acompanhado por avanços sociais e ambientais."
 
O coordenador da formação, Gilberto Alvarez Giusepone Junior, destacou as transformações sociais e econômicas no Brasil que levaram à criação do SESI em 1946 e orientam a atuação da entidade nos dias atuais.
 
Nesse contexto de avanços sociais, o professor PhD em Planejamento Urbano e Rural em Sustentabilidade, Amilcar Marcel de Souza, enfatizou o papel central dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). "Cada um dos 17 ODS contém metas essenciais que orientam e reforçam as demandas sociais do século XXI.”
 
De acordo com Souza, a Agenda 2030 deve ser vista como uma "agenda civilizatória", crucial para promover a sustentabilidade, o crescimento econômico e novas formas de produção e de relações sociais. "Os desafios que enfrentamos incluem a necessidade de políticas públicas claras e uma maior conscientização, além de uma evolução nas relações humanas", acrescentou.
 
Complementar a essa visão, Giusepone Junior destacou a relevância dos ODS, com ênfase nos objetivos 1 e 8. "O objetivo 8 trata do trabalho decente e se relaciona aos direitos trabalhistas, reforçando a necessidade não apenas de preservar as conquistas da Constituição de 1988, mas também de ampliá-las", explicou. Ao mencionar o objetivo 1, que aborda a erradicação da pobreza, sublinhou que o trabalho dignifica e gera renda, contribuindo para melhorar as condições de vida da população.
 
Ampliando essa abordagem, Souza reforçou que a Agenda 2030 não é uma "agenda mecânica", mas sim "orgânica", com um foco humano. Ele apontou que esses desafios são complexos, mas essenciais para o avanço das relações sociais no Brasil. "Esses são os principais desafios que precisamos enfrentar para assegurar um desenvolvimento sustentável e inclusivo", disse.
 
Giusepone Junior fez uma distinção importante entre "trabalho" e "emprego", citando o exemplo do programa "Pé de Meia", que redefine o conceito de renda ao oferecer uma bolsa para que os estudantes permaneçam na escola. "Isso ilustra uma nova forma de entender a relação entre renda e trabalho", afirmou.
 
"Assim, refletimos e ressignificamos o conceito de trabalho no passado e o trouxemos ao presente. Agora, vamos considerar as perspectivas futuras, tanto em relação ao legado das lutas dos trabalhadores quanto aos novos significados de ‘trabalho'", continuou Giusepone Junior. Ele também enalteceu a modernidade e inovação da Constituição de 1988, mesmo em comparação com outras constituições ao redor do mundo, mas ressaltou que o principal desafio é garantir a implementação dessas disposições para alcançar justiça social.
 
O coordenador identificou duas questões fundamentais para o futuro: a aplicação efetiva dos direitos constitucionais, especialmente sob a perspectiva da justiça ambiental, e a necessidade de refletir sobre a realidade do mundo do trabalho. "Ao compreendermos melhor essa realidade, podemos identificar as novas disputas e conflitos que surgem e colocar o trabalhador no centro dessas discussões", ressaltou.
 
Em consonância com essa visão, o sociólogo e PhD em Educação, Marcel Engelberg, lembrou que a história do Brasil é marcada por uma constante dualidade entre a concessão de direitos e a perpetuação das desigualdades sociais, uma dinâmica recorrente ao longo dos períodos de avanço social e econômico no país.
 
Engelberg destacou que o grande desafio é a formulação de uma nova agenda transformadora. "Essa agenda encontra nos ODS da ONU um alicerce sólido e uma oportunidade única para as transformações necessárias para a sociedade global” concluiu.
 
 
 

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