A ministra da Saúde, Nísia Trindade da Silva, e o ministro Paulo Pimenta, que atualmente comanda a Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, conheceram a unidade móvel odontológica do Serviço Social da Indústria no RS (SESI-RS) na última sexta-feira (14), momento em que dialogaram sobre os desafios na região. Além dos ministros, a comitiva contou com a presença de autoridades municipais e de parlamentares gaúchos.
O superintendente do SESI-RS, Juliano Colombo, mostrou as operações aos ministros e falou sobre o impacto das ações da entidade na região.
“Apresentamos tudo o que o SESI-RS está fazendo. É muito importante que o governo federal tenha essa dimensão. Temos hoje uma frente tripartite que envolve o SESI-RS, a Secretaria da Saúde do Estado e o Ministério da Saúde, tudo funcionando de maneira articulada. Somos responsáveis por ceder estruturas e pessoal, suprindo, assim, necessidades de curto prazo no atendimento das unidades de saúde que, em grande parte das cidades, estão colapsadas e vão levar um tempo para retornar”, afirmou Colombo.
A visita dos ministros ocorreu no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Vaqueanos da Tradição, localizado no bairro Humaitá, em Porto Alegre, adaptado para oferecer serviços essenciais de saúde, incluindo consultas médicas e campanhas de vacinação.
Com o prédio do Sesi em Porto Alegre inacessível devido aos danos causados pelas inundações, a instalação da unidade móvel do Sesi-RS em frente ao pavilhão do CTG faz parte das medidas adotadas pela entidade para auxiliar na recuperação das áreas afetadas na capital gaúcha.
Os serviços de atendimento à saúde e à educação disponibilizados à população contam desde o início de maio com o apoio financeiro do Conselho Nacional do Sesi, além da atuação de profissionais do Sesi regional.
O presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, explica que a estratégia de apoio é organizada em três fases principais: assistência, restabelecimento e reconstrução.
Na fase de assistência, o foco é o apoio emergencial para estabilizar a situação das famílias afetadas, proporcionando os recursos necessários para suas necessidades imediatas. A fase de restabelecimento se concentra na retomada das atividades cotidianas e na reinstalação das famílias, ajudando a restaurar a normalidade em suas vidas. Finalmente, a fase de reconstrução visa apoiar a infraestrutura e revitalizar áreas vitais como a saúde e a educação.
Para ele, essas etapas fortalecem a recuperação do Rio Grande do Sul. "A união entre as ações dos atores municipais, estaduais e federais é fundamental para que o estado volte à sua normalidade o quanto antes", afirma Fausto. "Essa atuação conjunta é crucial não apenas para reconstruir a infraestrutura, mas também para garantir um cuidado abrangente para a população, promovendo uma recuperação completa em todos os aspectos", completa.
Entenda
O governo federal declarou estado de calamidade pública em diversos municípios gaúchos, impactados pelas chuvas. Essa decisão foi formalizada pela portaria nº 1.354, emitida em 2 de maio pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. A medida busca atender às necessidades urgentes da população local, que enfrenta mortes, deslocamentos e desaparecimentos forçados devido às inundações.
Em 5 de maio, a secretaria nacional publicou também a portaria nº 1.379 no Diário Oficial da União com a relação de 336 municípios reconhecidos como áreas de calamidade.
Diante da tragédia humanitária, o Conselho Nacional do Sesi convocou uma assembleia extraordinária em 7 de maio de 2024 para elaborar um plano de ação emergencial. A Resolução nº 0042, ratificada durante o encontro, permitiu a alocação de até R$ 300 mil para a compra de bens de primeira necessidade, além de R$ 65 milhões destinados a investimentos em ações de recuperação e apoio à população afetada. A coordenação das ações locais foi estabelecida ao Sesi-RS.
Com aporte financeiro do Conselho, o SESI-RS e a Secretaria Estadual da Saúde estabeleceram, em 24 de maio de 2024, um termo de cooperação para ampliar os serviços de saúde às comunidades atingidas. Esse acordo contempla a instalação de até 80 tendas, com 40 instalações planejadas para funcionar de forma dupla, divididas entre atendimento clínico e suporte psicossocial. Cada tenda tem sido equipada com recursos médicos e conta com a presença de profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e assistentes sociais.
Além disso, em 27 de maio de 2024, o SESI-RS firmou um acordo com a Secretaria Estadual da Educação para apoiar a reconstrução de até 200 escolas públicas danificadas pelas inundações.
As parcerias com as duas secretarias compõem o programa "Sesi ao Seu Lado", projetado para facilitar a retomada das atividades educacionais e de saúde, atenuando os efeitos do desastre nas comunidades afetadas.
