Vagner Freitas, concedeu uma entrevista exclusiva, nesta terça-feira (23) para as jornalistas Paula Valdez e Juliana Rosa, da Band News, abordando sua opinião sobre a Nova Política Industrial apresentada pelo Governo Federal. São importantes reflexões sobre a medida, destacando a necessidade de investimentos mais expressivos e a importância do Estado como indutor do desenvolvimento industrial.
Quando solicitada sua opinião em relação à proposta da Nova Política Industrial, Freitas disse que considera importante o governo propor uma política industrial para o país, salientando que o Brasil estava atrasado no processo de desenvolvimento e que o setor industrial é fundamental para um desenvolvimento consistente. Destacou que a proposta em questão possui condições favoráveis para o sucesso da indústria brasileira, lembrando da participação dos diversos setores envolvidos no debate, como representantes dos trabalhadores, da indústria, do governo e da sociedade como um todo.
Segundo Freitas, a concepção da proposta não difere muito das políticas industriais adotadas em outros países, especialmente após a crise econômica global de 2008 e a pandemia de Covid-19. Ele mencionou que o setor privado, como grande financiador do desenvolvimento industrial, enfrenta dificuldades em lidar sozinho com crises econômicas. Portanto, considera que o estado deve assumir protagonismo como indutor do desenvolvimento industrial.
Ao ser questionado sobre as críticas em relação a programas anteriores para a indústria que não obtiveram sucesso, Vagner Freitas afirmou que as pessoas aprendem com erros e acertos. Lembrou ainda que a Nova Política Industrial não se direciona a empresas específicas, mas aborda a indústria como um todo, porque considera seis vetores econômicos fundamentais.
O presidente do CNSESI destacou a importância das críticas à medida e afirmou que o governo deve estar aberto para ouvi-las e corrigir eventuais falhas. Enfatizou que a proposta é um primeiro passo, significativo e simbólico, mas expressou a opinião de que o valor do investimento proposto poderia ser maior. Ele comparou o montante de R$ 300 bilhões, a serem investidos ao longo de 10 a 15 anos, com outros investimentos importantes, como o Plano Safra, que destina mais de R$ 400 bilhões anualmente para o desenvolvimento da indústria agrícola.
O dirigente foi assertivo ao destacar a importância do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como líder no financiamento do desenvolvimento industrial e destacou que o Estado não compete com o mercado, mas atua como um indutor do desenvolvimento econômico.
A nova Política Industrial é, segundo Vagner Freitas, considerada como essencial para fortalecer a competitividade internacional do Brasil e superar os desafios enfrentados pela indústria nacional. Ele destaca a importância do setor agropecuário como um exemplo bem-sucedido de competitividade internacional.
A reserva de mercado para produtos nacionais, que alguns consideram ultrapassada, tem se mostrado benéfica para o setor Agro, garantindo destaque no mercado global. Freitas disse que a proposta da Política Industrial não se resume a subsídios, mas sim a impulsionar o crescimento e a autonomia da indústria nacional, tornando-a mais competitiva.
O presidente frisou a necessidade de um maior investimento em tecnologia como uma das principais carências do país. E aponta que o Brasil está defasado em cerca de 30 anos em relação a países como China, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos nesse aspecto. Freitas destaca a importância do investimento público nessa área e menciona o papel fundamental do Serviço Social da Indústria (SESI) na formação de profissionais capacitados por meio de laboratórios tecnológicos.
Freitas destacou ainda que medidas como a Reforma Tributária, juros baixos e condições fiscais favoráveis são fundamentais para impulsionar o investimento público e o desenvolvimento industrial. Ele acredita no potencial do Brasil para produção de energia limpa e renovável, apontando as regiões Norte e Nordeste como áreas promissoras para produção e fornecimento desse tipo de energia.
A formação de uma unidade nacional para realizar um trabalho conjunto nesse sentido é considerada por ele como de suma importância para alcançar sucesso com a medida. De acordo com Vagner Freitas, essa nova Política Industrial Brasileira busca promover o crescimento econômico, para gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população.