Promovendo a Paz e a Inclusão nas Escolas: Um Compromisso pelo Futuro.

Artigo de Vagner Freitas

Por: Vagner Freitas
25/10/2023 - 16:20
Promovendo a Paz e a Inclusão nas Escolas: Um Compromisso pelo Futuro.
Arte: Roberto Ferreira

Promovendo a Paz e a Inclusão nas Escolas: Um Compromisso pelo Futuro. 

Por Vagner Freitas*

Em 23 de outubro de 2023, a cidade de São Paulo foi palco de mais um episódio trágico de violência, que teve como cenário uma escola na zona leste da capital paulista. O resultado desse ato foi a perda trágica de uma adolescente de 17 anos, com diversos outros estudantes feridos, tanto no corpo quanto na alma.

A violência nas escolas do Brasil tem assumido proporções alarmantes, e esse episódio é apenas um exemplo do que tem sido uma realidade crescente. Há mais de duas décadas, as escolas se transformaram em locais onde professores, gestores, estudantes, familiares e toda a comunidade enfrentam desafios cada vez maiores. A preocupação não se limita mais apenas ao processo de aprendizado.

Vivemos em uma era em que a intolerância, a polarização e a incapacidade de conviver com as diferenças tornaram-se parte do "novo normal". Esse cenário de normalização de comportamentos prejudiciais não apenas destrói o ambiente escolar, mas também fomenta práticas de bullying, discriminação e violência contra grupos vulneráveis.

É importante ressaltar que a maioria dos perpetradores da violência nas escolas é influenciada por ideologias misóginas, preconceituosas e racistas. Muitos deles também são vítimas de bullying, o que evidencia a complexidade do problema.

Embora as políticas públicas de educação do Brasil incluam princípios de equidade, competências socioemocionais e inclusão, é crucial que esses conceitos sejam traduzidos em ações concretas para abordar a questão da violência nas escolas.

Conforme indicado pela UNESCO, é necessário estabelecer um "novo contrato social para a educação" que fortaleça a educação como um esforço público e um compromisso social compartilhado. Isso implica não apenas em bases legais sólidas, mas também em uma abordagem mais humanizada da educação, baseada no respeito, na paz e nos princípios da não-violência.

Para tornar as escolas mais inclusivas, é essencial que a comunidade escolar, incluindo professores, gestores, pais e alunos, se envolva de forma ativa e consciente na promoção de um ambiente de respeito e igualdade. O diálogo e a compreensão são fundamentais para enfrentar a raiz da violência.

Dentro do Sistema S, cabe ao SESI continuar promovendo ações e campanhas que celebram as diferenças e combatem a discriminação. Acreditamos na educação inclusiva como um pilar fundamental, e nosso trabalho será direcionado a garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de suas origens ou capacidades.

O SESI também deve se empenhar em desenvolver programas que ensinem os jovens a utilizar a internet de forma consciente, incluindo como filtrar conteúdo no YouTube e outras plataformas. Isso certamente contribui para a redução à exposição a conteúdo prejudicial e a promover uma experiência digital segura.

Em conjunto com a comunidade escolar, pais, professores e alunos, estamos comprometidos em construir um ambiente escolar mais seguro e acolhedor. A educação é a chave para um futuro mais igualitário, e o SESI está empenhado em fazer a diferença nesse desafio.

Esta tragédia, para mim, é particularmente impactante, não apenas devido à sua gravidade, mas também porque aconteceu em Sapopemba, onde nasci e cresci, um local que ainda abriga muitos dos meus amigos e  familiares. Uma comunidade que moldou minha vida e continua a ser um ponto de referência para aqueles que tenho laços fraternos e familiares.

Em suma, a violência nas escolas do Brasil é um problema complexo que requer ações concretas e um compromisso de toda a sociedade em promover a inclusão, o respeito e a não-violência nas instituições de ensino. A educação é a chave para construir um futuro mais igualitário e acolhedor para todos os estudantes.




*presidente do Conselho Nacional do Sesi.



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