Savana mais rica do mundo em biodiversidade recebe apoio do Conselho Nacional do SESI

X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado acampa debates em defesa do segundo maior bioma da América do Sul

Por: Robson Gomes
15/09/2023 - 16:40
Savana mais rica do mundo em biodiversidade recebe apoio do Conselho Nacional do SESI
Kaianaku Kamaiurá: evento fortalece meio ambiente e valoriza cultura tradicional | Foto: Roberto Ferreira
Por meio do apoio ao 10º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, o Conselho Nacional do SESI fortalece a integração de diversos setores específicos na defesa dessa importante savana. Sob o tema "Cerrado: Conexão de Povos, Culturas e Biomas", o encontro, que ocorre de 13 a 16 de setembro na Torre de TV de Brasília, é um importante espaço de articulação e discussão de políticas públicas externas à preservação do Cerrado e ao apoio às comunidades tradicionais que habitam a região.
 
Para um público estimado em 10 mil pessoas, com a participação de quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco babaçu, geraizeiros e outros povos tradicionais, o evento oferece uma participação na cultura, sabores e povos do Cerrado. Durante os quatro dias de atividades, debates, workshops e trocas de experiências são realizados para discutir a realidade do bioma do Cerrado e os desafios enfrentados pelas comunidades tradicionais.
 
Um dos principais pontos em pauta é o aumento alarmante do desmatamento no Cerrado. De acordo com dados do DETER, sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de janeiro a maio de 2022, foram desmatados 2.612 km² do bioma, representando um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.
 
Diante dessa situação preocupante, os debates do encontro abordam temas como a conservação do Cerrado, a mitigação da mudança climática e a produção sustentável. A valorização da produção artesanal, a difusão da cultura popular brasileira e a garantia dos direitos das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas também compõem os espaços de reflexão do evento.
 
“A preservação do meio ambiente e o apoio às comunidades tradicionais são temas importantes para o Conselho Nacional do SESI”, afirmou o presidente da instituição, Vagner Freitas. “Por meio desse apoio ao Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, buscamos revigorar a conscientização sobre a importância da preservação desse bioma tão rico em biodiversidade”, completou.
 
O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, abrange uma extensa área de aproximadamente 2 milhões de quilômetros quadrados, representando cerca de 20 a 25% do território nacional. Se estende pelos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Além disso, o Cerrado também é encontrado em outras regiões dos Estados de Roraima, Pará, Amapá e Amazonas.
 
Além das atividades de debates e exposições, o evento também conta com apresentações culturais e uma feira de comercialização de produtos da sociobiodiversidade. No espaço da feira, os visitantes encontram produtos como adereços, artefatos produzidos pelos povos tradicionais do Cerrado. A culinária também faz parte do ambiente, com farta gama de produtos, como mel, café, farinhas, biscoitos e óleo de babaçu.
 
Para o expositor Kaianaku Kamaiurá (32), o bioma que abriga a capital do país não é valorizado na mesma proporção de sua importância para a humanidade. Sobre o evento, um indígena, natural de uma região de transição de biomas do Alto Xingu no Mato Grosso, destaca a importância na valorização de seu pequeno negócio de comercialização de artesanato indígena. Para ela, a Feira é um espaço de valorização de artes e produtores de comunidades que vivem na região do cerrado. “As pessoas falam que a árvore do Cerrado é baixinha, feinha, contorcida, mas na verdade as raízes dela são muito grandes”, filosofa.
 
A presença do Conselho Nacional do SESI no Encontro e na Feira dos Povos do Cerrado reforça a importância da conscientização e do engajamento de diferentes setores da sociedade na preservação do meio ambiente, principalmente desse bioma único. Por meio da colaboração entre instituições, comunidades e poder público, busca-se encontrar soluções e estratégias eficientes para a defesa do Cerrado e o bem-estar de suas culturas tradicionais.

 

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