Conselho Nacional do SESI visita escola em São Bernardo e reforça escuta ativa de estudantes sobre educação e futuro

Durante a visita à maior unidade do SESI na região do ABCD paulista, Fausto Augusto Junior participou de roda de conversa com alunos e conheceu projetos que incentivam o protagonismo juvenil

Por: Vanessa Ramos
12/06/2025 - 19:00
Conselho Nacional do SESI visita escola em São Bernardo e reforça escuta ativa de estudantes sobre educação e futuro
Presidente do CN-SESI, Fausto Augusto Junior, conversa com estudantes do Ensino Médio durante visita à escola do SESI de São Bernardo do Campo. Foto: Roberto Ferreira/CN-SESI | Foto: Roberto Ferreira
A visita do presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, à escola do SESI de São Bernardo do Campo (SP), nesta quinta-feira, 12 de junho, marcou um importante momento de escuta e de integração com estudantes e professores.
 
Recebido pela gerente regional do SESI-SP no ABCD, Roberta Borrego, e pela diretora da unidade, Patrícia Camolesi, Fausto participou de uma roda de conversa com alunos, conheceu o Fab Lab da escola — localizada no bairro Assunção — e dialogou sobre acordos institucionais voltados ao fortalecimento da educação, da qualidade de vida e do desenvolvimento regional.

A unidade do SESI em São Bernardo do Campo atende estudantes desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, além de oferecer turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A escola também abriga um polo da pós-graduação em Matemática da Faculdade SESI de Educação.
 
Com mais de 1.500 estudantes, é a maior unidade da rede SESI no ABCD paulista. “Os alunos ficaram muito felizes. Eles entrevistaram, fizeram várias perguntas e conheceram um pouco mais a fundo o trabalho que o Conselho do SESI realiza atualmente”, afirmou Roberta Borrego.
 
Roda de entrevistas
 
A atividade reuniu estudantes das unidades do SESI de São Bernardo, Diadema e Santo André, especialmente os que participam de projetos voltados à comunicação, como o Jornal Jovem, o SESI em Foco e o podcast SESI Cast.
 
Os alunos apresentaram suas iniciativas e entrevistaram Fausto, conduzindo com autonomia uma conversa sobre temas como educação, indústria, inteligência artificial, saúde mental e legado institucional.
 
Fausto destacou que estar próximo das escolas em um momento em que o SESI se aproxima dos seus 80 anos é também reencontrar a própria história da instituição.
 
“Nesta região, o SESI cumpre um papel essencial ao lado das montadoras e da indústria química: formar os filhos dos trabalhadores, atender a comunidade e impactar a sociedade como um todo. É um espaço que inspira inovação e criatividade, preparando para a vida e para o trabalho. Visitar as escolas do ABC é também revisitar a própria história do SESI — que teve como primeiro presidente do Conselho Roberto Simonsen, da região de São Caetano.”
 

A atividade reuniu estudantes das unidades do SESI de São Bernardo, Diadema e Santo André | Foto: Roberto Ferreira/CN-SESI

A diretora da unidade, Patrícia Camolesi, destacou os desafios cotidianos de manter a escola conectada com os interesses e realidades dos jovens. “Tenho 16 anos de rede e atuo há 30 anos na área de educação. Acredito que, mesmo com as mudanças geracionais, é na escola que a esperança se concretiza. A educação muda vidas e é o que buscamos oferecer todos os dias. Nosso desafio é manter a escola atrativa para alunos que têm acesso constante à tecnologia e à informação.”
 
A professora de Língua Portuguesa Ilvanita de Sousa Barbosa também reforçou o papel transformador da escola. “É uma satisfação trabalhar com literatura no ensino médio do SESI. Promovemos uma leitura crítica, diversa, que amplia o universo dos estudantes. Eles são protagonistas da própria aprendizagem, às vezes ensinando, às vezes aprendendo.”
 
Educadora há 36 anos, sendo 30 deles dedicados à escola de São Bernardo, Ilvanita completou: “A esperança de uma sociedade melhor está na sala de aula. E é isso que me move todos os dias.”
 
Projetos e futuro
 
Durante o encontro, os próprios estudantes compartilharam suas experiências. Laura Rodrigues, de 17 anos, falou sobre sua participação no projeto de tutoria de redação, em que os próprios alunos atuam como tutores entre si. A seleção começa com uma redação diagnóstica e, a partir de uma nota de corte, são formados grupos produtivos. “O mais importante é que, como tutores, a gente também aprende. Não estamos apenas ensinando, mas trocando estratégias de estudo com os colegas.”
 
Segundo Laura, o projeto fortalece a confiança dos alunos em suas próprias habilidades, além de prepará-los melhor para desafios futuros. “Me sinto segura para seguir meu sonho de cursar Medicina, porque sei que estou em uma escola que desenvolve isso com a gente o tempo todo. Sou muito grata por poder contribuir com meus colegas dessa forma. É uma experiência muito gratificante.”
 
Já Beatriz Amaral, também de 17 anos, destacou a criação do Jornal Jovem, uma iniciativa dos próprios alunos. Segundo ela, o projeto nasceu da necessidade de melhorar a comunicação entre todos os setores da escola — alunos, pais, professores e funcionários. “É um espaço onde mostramos tudo o que aprendemos em sala de aula, o nosso olhar crítico e os projetos que desenvolvemos. A gente transforma isso em conteúdo acessível e compartilhável, dentro e fora da escola.”
 
Ela reforçou que o jornal também cumpre um papel de responsabilidade social, ao dar visibilidade à produção estudantil. “Como alunos, temos o dever de levar esse conhecimento para além dos muros da escola. O Jornal Jovem nos permite fazer isso, envolvendo estudantes desde o Fundamental 1 até o Ensino Médio. Reunimos tanto projetos culturais quanto educacionais, mostrando o que pensamos e construímos coletivamente.”

 
Estudantes, professores, bibliotecária, diretora da escola e representantes do regional ABCD e do CN-SESI durante visita à Escola SESI de São Bernardo do Campo | Foto: Roberto Ferreira/CN-SESI

Estudante do Ensino Médio, Jhonata Araujo relatou a experiência com o projeto de leitura do livro Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, realizado ao longo do ano letivo. Segundo ele, a obra se destacou pela ausência de uma linha temporal fixa e pela capacidade de integrar diferentes áreas do conhecimento, como geografia, história e literatura. “O livro trouxe muitos temas sociais importantes e ajudou a ampliar nosso repertório, tanto para as redações quanto para refletir sobre situações do nosso dia a dia”, afirmou.
 
Entre os trechos que mais o impactaram, Jhonata destacou a fala da personagem Bibiana, que denuncia o extermínio de jovens negros nas periferias. “O livro mostra que, quando ela foi para a cidade, presenciou de perto mortes justificadas como resultado do envolvimento com drogas — mas não eram trocas de tiros, e sim execuções. Isso ficou muito marcado para mim”, afirmou.
 
Para o estudante, embora esses temas não estejam no centro da narrativa, eles aparecem com força ao longo do livro e ajudam a revelar camadas profundas da realidade brasileira.
 
Inovação e parcerias
 
Além da roda de conversa, Fausto visitou o laboratório de fabricação digital (Fab Lab) da escola e discutiu com a equipe da regional a parceria entre o SESI-SP, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
 
Segundo Gabriel Astrazione, coordenador de Relacionamento com a Indústria e a Comunidade do SESI-SP na regional ABCD, a iniciativa tem como objetivo levar soluções integradas aos municípios da região. “Firmamos um contrato com o consórcio e com a agência para oferecer produtos do SESI às prefeituras — da educação à segurança no trabalho, da cultura ao esporte. Nosso objetivo é ampliar o alcance e a efetividade dessas ações junto às indústrias e às comunidades locais.”
 
A visita a São Bernardo integra uma série de agendas institucionais do Conselho Nacional do SESI em todo Brasil e reafirma o compromisso da entidade com uma educação conectada ao mundo do trabalho, à realidade dos territórios e ao futuro da juventude brasileira.

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